quarta-feira, 18 de maio de 2022

NOTÁVEIS: João Coelho "Moreira"

No passado dia 2 de maio, o João Coelho, mais conhecido por "Moreira", como é carinhosamente tratado, fez anos, - Muitos Parabéns!

Um homem notável, de cultura ampla − dessas que não se encontra com frequência −, generoso e emotivo como uma criança.

Uma pessoa com olhos para o mundo e que o enxerga, desfrutando do conhecimento, da sua história. 

Com uma grande criatividade, coragem, integridade e algo ainda mais raro que se pode chamar de “amor humano”, amor pela sua terra, pelas tradições.

A sua inteligência e ousadia intelectual, alimentam a nossa curiosidade e com ele aprendemos, e partilhamos do seu entusiasmo.

Encontramos a sua marca inconfudivel na Festa de Alfarim, Cegadas, Arte da Xávega, Associação Nativos Meco, e outros, continuando a promover a sua terra Aldeia do Meco, Alfarim, Sesimbra.

Obrigada, “Moreira”!!



terça-feira, 23 de julho de 2019

O avanço da idade, os lares e a solidão...




No ciclo da vida de qualquer um de nós, a idade é uma realidade incontornável, num avanço cadenciado, ano após ano, a caminho de uma velhice que se pretende tranquila, em paz e com a maior qualidade vida. 
Ser idoso nos tempos que correm, ou melhor, ser sénior neste tipo de sociedade acelerada e tecnológica, constitui um sério problema, não apenas para o próprio, como acima de tudo para o seu agregado familiar. Assistimos em muito casos à exclusão dessas pessoas e até mesmo ao seu estigmatismo social.
Saber envelhecer, devia ser uma prática de vida devidamente acompanhada por instituições sociais com valências nessas áreas, tornando a rotina enfadonha e repetitiva do dia a dia, num refrescamento de alma com objetivos concretos de valorização pessoal. Infelizmente isto está a penas ao alcance de uns tantos.    
Quando se vai para a reforma e somos autónomos abre-se um capitulo de muitas realizações, mas para aqueles que por muitos motivos ficam limitados ou incapacitados fisicamente, a realidade de um Lar ou Centro de Apoio torna-se uma realidade.
É difícil ir para um sitio que não é nosso, onde não temos as nossas coisas, o nosso espaço, viver com outras pessoas que não conhecemos, onde existem regras para levantar, deitar, comer, perde-se a privacidade para tudo…
Há uma grande parte dos idosos que pacificamente aceita esta nova vida, compreende que os filhos não tem tempo, trabalham e que eles próprios não podem ficar sozinhos. Aceitam e recebem a noticia com um sorriso e ainda tentam consolar os filhos pela decisão difícil que é colocar os pais num Lar.
Nestas instituições existem pessoas fantásticas, apesar de ser uma profissão mal paga, existem pessoas que tem aquela vocação para tratar e cuidar dos outros, arrancar sorrisos nos momentos de tristeza, consolar e animar quando é preciso, e depois existem outros que estão ali para ganhar o ordenado, ganham pouco e fazem o mínimo, olham para o relógio a contar as horas para ir para casa, para eles os idosos são invisíveis, aliás alguns chegam a ser muitas vezes indelicados.
Existem lares com belos jardins e instalações maravilhosas, existem lares que eram habitações familiares, transformadas em lares, espaços pequenos e sem luz, existe muita coisa, com características diferentes, mas não deixam de ser lares para idosos.
A comida, por experiência, sabemos que quando fazemos comida para muita gente nunca fica tão bom e apartir de uma certa idade já não se podem comer certas coisas, por motivos de saúde, ou outros…
Isto para concluir que independentemente do lar, da comida, do conforto, o grande problema é o abandono e esquecimento dos idosos.
Fim de semana após fim de semana, sem visitas, nem nas datas especiais, aniversários, Natal, Páscoa… ali ficam esquecidos, à espera, sem um rosto familiar, as saudades, as saudades…
Recordo com tristeza a alegria em que via alguns idosos na véspera de Natal ansiosos pela visita dos filhos no dia a seguir, para irem a casa, almoçar no dia de Natal e não ter aparecido ninguém. E no fim de semana a seguir quando perguntei como tinha sido, desculparam os filhos a chorar…
Não percebo como se pode tratar assim alguém, no fim da vida, quando todos nós caminhamos para a velhice, todos um dia vamos ser idosos, os que lá chegarem…
Mas existem coisas boas e pessoas espectaculares! Mesmo havendo alguns idosos completamente sozinhos, essas pessoas fazem tudo para que o dia deles seja mais colorido. Há lares que tem animadores, organizam actividades, participam em eventos fora do espaço do lar… dinamizam e preenchem o dia destes queridos, e isso é maravilhoso!


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

As tradicionais Broas de Alfarim

O doce mais famoso e tradicional da nossa Aldeia, “As Broas de Alfarim”.
A receita tem passado de geração em geração, entre segredos bem guardados e uma boa dose de muito carinho e esmero na sua confecção, as Broas tornaram-se num ex-libris da gastronomia da região.
Apesar de serem associadas ao Natal, hoje são feitas e consumidas em qualquer altura.
Os fornos a lenha familiares, quase esquecidos durante o ano, ganham vida na época natalícia. São acesos com cascas e ramas finas de pinheiro. Depois da lenha ardida e do forno bem quentinho, mas não em excesso, puxa-se a cinza e algumas brasas para a boca do forno, e com a pá colocamos lá dentro as folhas de alumínio polvilhadas com farinha e as broas.

Ingredientes
1Kg de Farinha de milho;
1Kg de Farinha de trigo;
100g de Manteiga derretida;
25g de Erva doce;
750g de Açucar branco;
500g Açucar amarelo;
200g de mel;
4 ovos;
150g de raspas de chocolate;
50g de Canela;
Água q.b.;
Raspa de noz-moscada;
Raspa de Limão e Laranja;
Sumo de duas laranjas e de um limão;
Aguardente;
Anis;
Pitada de sal.

Se tiver, utilize um alguidar de barro para fazer as broas.
Escalde a farinha de milho com água a ferver.
Junte os outros ingredientes e vá amassando até ter uma massa homogénea e consistente.
Depois de bem amassado, de preferência à mão, deixe a massa repousar por 45 a 50 m, junto do forno, para apanhar o quentinho.
Ao fim deste tempo, retire pequenos pedaços da massa e com a ajuda de farinha faça a broas e disponha-as sobre as folhas de alumínio ou tabuleiros, já polvilhados com farinha.
No tempo da minha avó, porque agora existem pincéis, usávamos um bocadinho de um trapo, enrolado em forma de xuxa, para cobrir as broas com a gema de ovo.
Leve a cozer entre 10 a 15 minutos, não as deixe muito tempo para não ficarem duras.

Antigamente depois de feita, as broas eram guardadas em sacos de pano, para se manterem secas e para se conservarem por mais tempo.




segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Pessoas da nossa terra


Júlio e Margarida
Carminda (já faleceu)
Carmelinda e Moisés
Joana
Aldina e Delfim
(Delfim já faleceu)

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Moscatel made in Meco

A uva é sem dúvida alguma uma das frutas com maior versatilidade de uso. 
Moscatel é o nome dado a uma variedade de uvas bastante adocicada.
Grande parte do Moscatel do país é produzido aqui perto, nos concelhos de Setúbal e Palmela.
Pensa-se que a sua produção remonte de há centenas de anos, no tempo de D. Dinis já o vinho de Setúbal tinha bastante fama e vários forais foram concedidos pelos  reis. 
O primeiro Foral data de 1186 e faz alusão à vinha da região.
O Rei D. Manuel, "O Venturoso", menciona igualmente as vinhas de Setúbal num foral de 1514. 
Numa ementa de um banquete dos Cavaleiros de Malta, realizado em 1797, é citado, entre outros vinhos numerosos e célebres, o precioso «Setúbal». 
O Moscatel de Setúbal tem a denominação de origem, pois é produzido na região demarcada de Setúbal e Palmela.
As condições óptimas do clima e do solo conjugam-se para dar origem a este Moscatel.
Este vinho tem um teor alcoólico de 18 graus, com um «bouquet» de sabor a fruta agradável quando é jovem.

No concelho de Sesimbra também existem bastantes vinhas, de pequenas dimensões. 
Há uns anos atrás, na zona mais campestre, quase todas as casas tinham um Lagar, onde pisavam as uvas, hoje em dia a maior parte foram eliminados.
No entanto, no Meco ainda persiste este antigo costume, apesar de ser feito hoje em dia com ajuda das máquinas.

O Moscatel do Meco é um vinho dourado, com perfume suave e um sabor delicado.







A Padeira Maria da Luz

Maria da Luz, uma das mulheres mais trabalhadoras e lutadoras da nossa terra e que teve a determinação suficiente para se tornar uma das mais bem sucedidas da sua geração.
È dificil resistir ao cheirinho do pão acabado de fazer, quando passamos de manhã na Rua das Abertas, nas Caixas.
O pão que faz é uma delicia! 
A massa é preparada como antigamente, com o preceito e o rigor dos nossos avós, dos mais antigos. 
Quando se fala no famoso Pão de Alfarim, pensamos logo na Maria da Luz, mesmo morando nas Caixas, foi esta marca que ela também ajudou a crescer.